segunda-feira, 29 de março de 2010

Culture Got You Down?

São quase quatro da manhã por alturas que escrevo este post (com as sonoridades de castevet no background musical) e ainda bem que não estou a dormir. Apetece-me partilhar coisas com os meus leitores... well, you people reading this.

Andava eu perdido pelas interwebs quando dou de cara com uma "short essay" bastante interessante por um tal de Chuck Klosterman, que nos faz pensar um pouco sobre os nossos gostos e sobre a forma como percebemos arte num sentido global. Faz-nos também reflectir sobre a importância e valor do relacionamento entre cultura popular e sub culturas, e o quão interessante são as possiveis diferenças e similaridades entre estas, quer seja em arte (música, cinema, dança...) political views, orientação sexual, religião, etc.


Aqui está ela. Espero que apreciem:

“Do you want to be happy? I suspect that you do. Well, here’s the first step to happiness: Don’t get pissed off that people who aren’t you happen to think Paris Hilton is interesting and deserves to be on TV every other day; the fame surrounding Paris Hilton is not a reflection on your life (unless you want it to be). Don’t get pissed off because the Yeah Yeah Yeahs aren’t on the radio enough; you can buy the goddamn record and play “Maps” all goddamn day (if that’s what you want). Don’t get pissed off because people didn’t vote the way you voted. You knew that the country was polarized, and you knew that half of America is more upset by gay people getting married than it is about starting a war under false pretenses. You always knew that many Americans worry more about God than they worry about the economy, and you always knew those same Americans assume you’re insane for feeling otherwise (just as you find them insane for supporting a theocracy). You knew this was a democracy when you agreed to participate, so you knew this was how things might work out. So don’t get pissed off over the fact that the way you feel about culture isn’t some kind of universal consensus. Because if you do, you will end up feeling betrayed. And it will be your own fault. You will feel bad, and you will deserve it.”

Frase do dia

"Eu bebo pouco, mas o pouco que bebo transforma-me noutra pessoa, e essa outra pessoa sim, bebe pra caralho!"

quinta-feira, 25 de março de 2010

Procura-se e com urgência se faz favor

Pen drive preta com uma risca prateada ao centro e sem tampa, porque quem a tem sou eu.

Se a emprestei é favor devolver...

Ass: Sara


segunda-feira, 22 de março de 2010

Into the wild e rant sobre cinema

Recentemente, tenho vindo a pensar bastante e a formular ideologias sobre alguns tipos de arte e o que elas representam, quer em termos de significado universal (o que é globalmente considerado pela maioria como excepcional) quer em termos de significado pessoal, visto que qualquer um de nós pode encontrar beleza no banal, no mais insignificante das coisas, onde nornalmente mais ninguém encontra, ou porque não se está realmente a ver ou porque ver nem sempre significa "assimilar com os olhos".


Uma das conclusões que recorrentemente vinha a formar prendia-se com o facto da sétima arte não estar ao mesmo nível de outras artes mais clássicas como a música, literatura, ou a pintura. Considerava eu que estas ultimas seriam mais eruditas, que teriam maior facilidade em ecoar na linha cronológica do tempo, que a sua mensagem e o seu valor poderiam atingir patamares universais e/ou pessoais inalcansáveis por qualquer obra de cinema.

Talvez houvessem alguns fundamentos reais para que esta ordem de ideias andasse a perpetuar no meu consciente, reais mas não lógicos.

Ano após ano, são-nos alimentadas quantidades incomensuraveis de filmes de qualidade dúbia ou intrisecamente medianos, e a meu ver, a grande maioria das pessoas que vão aos cinemas ou se sentam em casa em frente à tv ou ao pc não estão à procura de beleza, qualidade, arte. Estão sim à procura de passar algum tempo "entretidas" ou de um "date" fácil, já que podem poupar no latim durante umas duas horas e passar momentos agradáveis com o mínimo esforço, simplesmente a olhar para uma tela. Qualquer película serve estes propósitos e com isto, a indústria cinematográfica vai tendo relativo sucesso e a minha descrença pela sétima arte vai tendo a justificação real.


Tendo acabado de visualizar o "Into the wild" (2007) de Sean Penn, apoderou-se de mim o efeito "kick in the nuts", ou traduzindo para português , engoli a seco muito do que andava a pensar.

Este filme não fica em nada atrás em termos de valor, qualidade e mensagem comparativamente a outras obras apresentadas sob a forma de literatura, música, fotografia etc. Muito pelo contrário, fazendo jus aos pressupostos nos quais se ergueu a sétima arte, Into the wild utiliza e abusa de todos esses suportes, tornando-o assim numa experiência cinéfila variada e brilhante, como há já algum tempo eu não testemunhava.

Quer seja pelas constantes citações de clássicos literários como Liev Tolstói, Henry David Thoreau ou Lord Byron, quer seja pela banda sonora magnífica criada por Eddie Vedder (Pearl Jam) com a participação de Kaki King, quer pelo esplendido trabalho de fotografia realizado e pelo argumento de Sean Penn que nos mostra a beleza da natureza selvagem e o que é ser-se livre, Into the wild é uma obra sublime de arte que devia ser vista por todos, não só por ter qualidade universal e pessoal mas também por, de certa forma, ajudar a combater a descrença na sétima arte que se tem vindo a apoderar de muitas pessoas como eu, que julgo existirem por esse mundo fora.

domingo, 14 de março de 2010

Prometido é devido


"The unbearable lightness of being"
, obra prima de Milan Kundera, romance filosófico que nos conta a história de (des)amor entre Tomas e Teresa durante o período da invasão Soviética da Checoslováquia em 1968 e consequente periodo de ocupação.

Tomas é um cirurgião com elevado status social que acaba por se apaixonar por Teresa, uma rapariga simples do interior que entra na sua vida através de "6 coincidências predestinadas" e que acaba por se tornar fotógrafa. Apesar do sentimento que une os dois, Tomas não consegue abandonar a sua curiosidade sagaz em captar, "dissecar" e possuir o máximo de experiências sexuais diferentes, como um coleccionador que pretende completar a sua obra, e Teresa, não conseguindo abandonar Tomas devido ao seu amor incondicional, acaba por viver angustiada pelas suas infidelidades.

Desafiando o conceito de Nietzsche de "eternal recurrence", as meditações temáticas do romance assumem que cada pessoa tem apenas uma vida para viver, e o que acontece nesta vida é unico e nunca voltará a ocorrer, o que confere à vida a "leveza de ser"; em prol da recurrência eterna que impõe um "peso" na nossa existência e em todas as decisões que tomamos.

Seguindo o principio da "leveza" podemos inferir que o que acontece apenas uma vez poderia muito bem não ter acontecido nunca. Se temos apenas uma vida para viver muito bem a poderiamos não ter vivido. Isto porque, logicamente, viver perde todo o seu significado, todas as nossas decisões deixam de importar, o que as torna "leves" por não causarem sofrimento.

Contudo, ao mesmo tempo, a insignificância das nossas decisões (ou da nossa existência, uma vez que esta resulta dos nossos actos) causa-nos grande sofrimento, a nossa "insustentável leveza de ser" que advém da consciência que a nossa vida acontece apenas uma vez e nunca mais. Tudo o que fazemos é universalmente irrelevante.

É esta insignificância que se torna "insustentável" para nós, uma vez que todos desejamos que a nossa vida tenha um significado transcendente.



Fico-me de momento apenas por esta sinopse, guardando assim algumas das mais suculentas citações para um próximo post.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Quem costuma escrever até percebe que...

"A poem is never finished, merely abandoned." - Paul Valery

Podem contar com mais citações nos próximos dias, tenho praqui várias preparadas.