segunda-feira, 26 de abril de 2010

Demorou mas chegou

Hoje chegou finalmente a minha pre-order do novo album de Circa Survive "Blue Sky Noise" (quase duas semanas de atraso). E às prestações devo dizer, já que chegou primeiro o poster apenas por volta do meio dia, e eu a pensar que o resto já teria sido extraviado. O resto lá chegou um pouco antes das quatro, não me perguntem como pois o carteiro só passa aqui uma vez ao dia. Nesta package veio a versão deluxe do album com 4 músicas bónus de sessões acústicas e ainda uma t-shirt que cedo observarão no meu corpo esbelto (quem não me costuma ver regularmente não desespere, pode ser que apareça uma foto no blog ou no facebook etc etc).

Como o album ainda está fresco na minha cabeça, não vou começar com as minhas análises de pseudo-entendedor de música, fica isso para depois. Deixo-vos então de momento umas imagens low quality dos goodies e ainda a promessa de tirar uma foto ao meu quarto quando o poster tiver na parede, já que o interesse por tal é universal.







O resto das fotos não aparecem na pasta não sei porquê. Se elas se decidirem a aparecer eu depois edito o post.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Conversas entre Basil Hallward, Lord Henry e Dorian Gray I


Presentes em "O Retrato de Dorian Gray" by Oscar Wilde



Basil:
"Tu não me compreendes, Harry.(...) Há uma fatalidade em toda a excelência física e intelectual, o tipo de fatalidade que tem perseguido ao longo da História os passos trôpegos dos reis. É melhor não sermos diferentes dos que nos rodeiam. Os feios e estúpidos são os que mais aproveitam do mundo. Podem sentar-se e olhar e bocejar à vontade. Se não têm qualquer noção do que seja a vitória, é-lhes pelo menos poupado o conhecimento da derrota. Vivem como todos nós devíamos viver, imperturbados, indiferentes e sem inquietações. Nunca causam a desgraça dos outros, nem sequer a recebem das mãos de outrem. O teu título e a tua fortuna, Harry; o meu cérebro, tal como é... a minha arte, o que quer que valha, a beleza do Dorian Gray... Havemos todos de sofrer por aquilo que nos concederam os deuses, de sofrer terrivelmente."

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Lord Henry: "Não existem boas influências, Mr. Gray. Todas as influências são imorais, imorais de um ponto de vista científico."

Dorian Gray: "Porquê?"

Lord Henry: "Porque influenciar uma pessoa é dar-lhe a nossa própria alma. O indivíduo deixa de pensar com os seus próprios pensamentos ou de arder com as suas próprias paixões. As suas virtudes não lhe são naturais. Os seus pecados, se é que existe tal coisa, são tomados de empréstimo. Torna-se o eco de uma música alheia, o actor de um papel que não foi escrito por ele. O objectivo da vida é o desenvolvimento próprio, a total percepção da própria natureza, é para isso que cada um de nós vem ao mundo. Hoje em dia, as pessoas têm medo de si próprias. Esqueceram o maior de todos os deveres, o dever para consigo próprias. É verdade que são caridosas. Alimentam os esfomeados e vestem os pobres. Mas as suas próprias almas morrem de fome e estão nuas. A coragem desapareceu da nossa raça e se calhar nunca a tivemos realmente. O temor à sociedade, que é a base da moral, e o temor a Deus, que é o segredo da religião, são as duas coisas que nos governam."

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Dorian Gray: "Julgas-me assim tão frívolo?"

Lord Henry: "Não, julgo-te assim tão profundo."

Dorian Gray: "Que queres dizer com isso?"

Lord Henry: "Meu caro rapaz, as pessoas realmente frívolas são as que só amam uma vez na vida. O que elas chamam lealdade ou fidelidade, chamo eu letargia do hábito ou falta de imaginação. A fidelidade representa na vida emocional o mesmo que a coerência na vida do intelecto, apenas uma confissão de impotência. A fidelidade! Tenho de a analisar um destes dias. Está intimamente associada à paixão da propriedade. Há muitas coisas que atiraríamos fora se não receássemos que outros as apanhassem. Mas não te quero interromper."

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Lord Henry: "Quando estamos apaixonados começamos sempre por ludibriar-nos e acabamos sempre ludibriando os outros. A isso chama o mundo um romance."

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Lord Henry: "As pessoas gostam muito de oferecer aquilo de que mais precisam. É o que eu chamo uma profunda generosidade."

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Pequena nota sobre as citações presentes no Happiness is a Knife, que provavelmente não irá interessar a ninguém, mas como rapaz obstinado e narcisista que sou, faço questão de partilhar:

Todas as citações colocadas neste blog têm o intuito de análise e reflexão por parte do leitor e não a ilustração de uma realidade absoluta. Eu mesmo posso não concordar com algumas delas. Mas o simples facto de possuírem ideologias bem denotadas e apelativas quer pela excelente construção sintáctica, quer pela beleza imagética criada, facilmente me conduzem por esse sinuoso e turbulento caminho que é o da formulação da opinião própria (mesmo sendo contrária). Espero que se deixem guiar também.

domingo, 18 de abril de 2010

Está quase decidido

Os leitores mais assíduos do Happiness is a knife lembram-se que aqui há alguns meses entrei em contacto com várias universidades em Birmingham, na tentativa de arranjar uma vaga para estágio no âmbito do programa LLL Erasmus. Em vão, uma vez que apenas duas universidades me concederam resposta, uma negativa devido à dificuldade e morosidade em estabelecer protocolos bilaterais entre os estabelecimentos de ensino em questão, uma positiva mas impossível, uma vez que essa faculdade não desenvolvia projectos na minha área de estudo.

Entretanto surgiu a oportunidade de realizar estágio na Polónia através de um professor polaco que se encontra a leccionar na ESAC este ano, garantindo não haver qualquer entrave na realização da mobilidade. Infelizmente tive que recusar a oportunidade, devido a motivos pessoais.

Por fim, entrei em contacto com uma universidade espanhola em Lleida, cidade que confesso nunca antes ter ouvido falar mas que fica a uns 100 kms de Barcelona e parece existir a possibilidade de realizar lá o estágio, faltando apenas discutir as áreas de investigação no âmbito da biotecnologia que mais me interessam.

Mas atenção, e antes que comecem com os precipitados "lá vai o saty para a rambóia outra vez" ou os "oh si cariño", que fique aqui bem assinalado que desta vez vai ser mesmo para trabalhar no duro, com a seriedade e empenho que me são característicos.

Ah, e outra curiosidade: é impressão minha ou Lleida parece uma Coimbra v.2?


segunda-feira, 12 de abril de 2010

Wild Orchid Children


O Kirk Huffman não gosta de veados.

Depois dos Gatsby's American Dream entrarem em hiatus e do sucesso dos Kay Kay And His Weathered Underground, Huffman apresenta-se agora envolvido num outro side project, juntamente com Kyle O'Quin (also from GAD and KKAHWU) e ainda Thomas Hunter (Forgive Durden) chamado "Wild Orchid Children".

Em 2009 apresentaram-se com o EP denominado "The Elephant" e neste momento preparam o lançamento do seu LP de estreia (ainda sem nome divulgado). Agora vem a parte complicada em que vos tento transmitir ao que é que estes rapazes soam. Imaginem o hardcore rap dos Beastie Boys misturado com o rock desmedido na distorção dos Rage Against The Machine. Aliás, imaginem menos rap, mais rock e juntem-lhe uma pitada de dub e voilá, aí têm os Wild Orchid Children; com a sujidade do garage rock e ainda o funk tribal da terra e das criaturas que nela habitam.

Deixo-vos também aqui a bio oficial do myspace da banda, que ilustra bastante bem o universo WOC:

"It all began on a pilgrimage to the mountains of black diamond along lake sawyer. with the earth’s fungus in our blood we began the simple art of making vibrations. these vibrations transformed to notes, making music which rang the innards of our bodies and souls at such perfect pitches that our synapses began to receive messages and revelations. the secrets to the eternal universe, the tools for an archaic revival. we did not expect this calling, we only accept this calling. to be the porters of musical salvation, to rid this planet of fear and align the bio-sphere with the neo-sphere. for ahead of us, dear brothers and sisters, is the secret…"


Wild Orchid Children - Ahead of us the Secret  


Para acabar, não podia deixar passar outra oportunidade de postar o .gif do Kirk a gritar com o veado (retirado do video anterior) e exclamar o deveras popular "WTF!"

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Fang Island

É por causa de albums como este que contínuo um ávido consumidor de música nova. 

Este self titled apresenta uma sonoridade algo incomum: mistura de incursões progressivas com ritmos upbeat, quase pop eu arrisco, mas um pop psicadélico incansável, cheio de belas harmonias vocais bem como nas três guitarras e por vezes um synth, que preenchem a atmosfera sonora de forma sublime. Se os Sigur Rós fizessem música on speeds, provavelmente o resultado seria algo semelhante.

Poderia continuar com a adjectivação e palavras caras mas provavelmente não conseguiria fazer justiça ao que se passa no mundo de Fang Island.  Prefiro contar-vos o que sinto quando ouço este album.

A banda acaba por descrever o seu som como "everyone high-fiving everyone", devido ao all around "feel good" feel inerente. A mim faz-me reviver os tempos em que era um puto reguila e traquina, e embarcava em aventuras épicas por esse campo fora, fosse para gamar fruta nos pomares (e depois fugir para não levar porrada) ou montar bases secretas em forma de cabanas no meio do mato, onde formulava os meus planos maquiavélicos para dominar o mundo. Se esses momentos tivessem uma banda sonora, Fang Island com certeza estaria presente.

Podem ouvir o album por inteiro aqui: http://digital.fangisland.com/


Daisy

Fang Island go to kindergarten